Os reflexos dos atentados na economia
Queda no faturamento, mudança na rotina de trabalho e muita insegurança. Estes são alguns dos efeitos que o comércio catarinense tem amargado desde o início dos atentados no estado, situação que a Fecomércio-SC pôde constatar durante levantamento, executado na semana passada, com empresários e gestores de lojas em cinco municípios.
O estudo analisou o impacto da onda vandalismo nas cidades de Florianópolis, Joinville, Balneário Camboriú, Chapecó e Itajaí, totalizando 116 entrevistas. A conclusão não surpreende: a Capital é o lugar onde o comércio está mais fragilizado. Em Florianópolis, 95% dos entrevistados alegaram estar se sentindo muito inseguros ou inseguros, seguidos pelos entrevistados de Itajaí (85%) e de Chapecó (64%).
Outro dado relevante é que nenhum dos entrevistados alegou estar se sentindo muito seguro. No entanto, o cenário é diferente em Balneário Camboriú e Joinville, onde a maioria dos pesquisados disseram estar segura: 77% e 72%, respectivamente. Convertendo a sensação de segurança em pontos de 4 a 0, para medir o grau de insegurança, foi apurado que a Capital é o lugar pesquisado no qual as pessoas se sentem mais desprotegidas.
Em relação a mudanças nas rotinas de trabalho por conta dos atentados, Florianópolis também foi a cidade que apresentou o maior percentual de empresas que tiveram de ajustar o expediente: 81% disseram ter adotado alternativas, como reduzir horário de atendimento, oferecer transporte aos funcionários e mudança nos turnos. Situação bem diferente do que se observou em Itajaí e Chapecó, onde não teria havido mudança no cotidiano do comércio.
A Fecomércio-SC abriu espaço para as manifestações e opiniões dos entrevistados. A coleta destes depoimentos mostra que as questões relacionadas à segurança são as mais citadas. Trata-se de depoimentos que vão desde a sensação de insegurança até a indignação com a atual situação de instabilidade. A cobrança por medidas públicas mais eficientes e reforço no policiamento alcança as 2ª e 3ª posições em número de citações. Os próximos itens mencionados foram a melhoria na segurança dos transportes coletivos e maior rigor nas leis, incluindo revisão da maioridade penal.
Nesta semana, os prejuízos de empresários, consumidores e trabalhadores aumentaram por causa da redução nos horários de funcionamento do transporte coletivo na Grande Florianópolis. A situação, que já era preocupante, chegou a níveis extremos, colocando em risco a integridade da população e, também, exigindo que o setor do comércio dispenda de recursos extras para se manter aberto, em pleno funcionamento.
A Fecomércio-SC reitera que a classe empresarial tem adotado todas as medidas de orientação para manter a regularidade de atendimento dos estabelecimentos comerciais, como contratar transporte exclusivo e adequar horários de trabalho para que o trabalhador possa chegar em casa com segurança. As ações visam garantir ainda que o consumidor possa ter acesso aos produtos que procura sem dificuldade. Porém, diante do quadro de insegurança que se vive, o preço que o comércio e a comunidade tem pago é cada vez mais alto.
Empenhada em colaborar para que a sociedade catarinense possa voltar à normalidade, a entidade espera e confia que o Estado cumpra com seu papel de assegurar a segurança que consumidores, empresários e trabalhadores aguardam para retomar suas rotinas.